quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A esfingie

Onde estou que não me encontro por onde olho?
Quem sou que me perco dentro da minha própria mente?

Enigmas...

Decifra-me ou te devoro...

Defronte da esfingie conto os segundos mentalmente
prevendo o fim iminente...
Vai me devorar...

O tempo segue seu curso indiferente a minha agonia...

Diante dos meus olhos a areia escorre...
os segundos voam...

Não consigo decifrar...
Já nem consigo pensar...

Presa desse desespero,
confusa neste mar de sinais confusos...
Já não posso correr...
Não me é permitido fugir...

E para onde iria se a tormenta reside em mim?

Nem lugar, nem aragem suave que me refrigerem a alma...
o inferno que se fez em minh´alma vem de onde perdi minha calma...

Onde foi?

Perdi no minuto exato em que se acendeu a chama incessante que me consome...

Como?... Porque?

Entre mil motivos e cenários...
Apenas um desponta preciso e certeiro...

Incendio devastador toma conta d´alma...
deserto poeirento e cinza se monta a minha frente...

Como congelar o desenrolar das cenas se nem ao menos consigo ver como vim parar aqui?

Parar....
....
....
[risos e suspiros]
....

De onde parte a idéia de parar algo se é esta necessidade que me mantém neste movimento constante, difuso e enlouquecedor?

Enlouquecedor....

Já não sei precisar se sinto prazer ou somente dor...

Se o que tenho é certeza ou solidão...

Se me prendo em braços ou na escuridão...

Se vejo olhos ou perdição...

Se meus lábios pedem romance ou devassidão....

Me confundo entre minha própria respiração...

Desejo porque sonho ou porque quero sonhar?

Preciso porque necessito ou porque necessito precisar?

Precisar... estabelecer... entender...

Lógica, razão, imprecisão, confusão...

Arde meu corpo em busca de um cálice de prazer...

Virá ele do sangue ou do querer?

Jogos....

Desejos, anseios....
Respiração ofegante...
mente tensa...
olhos que investigam...
braços que se abrem...
pés que rumam à tempestade...

Lágrimas de suores misturados...
Seda enroscada em suspiros reiterados...

Doce sono... sonhos conflitantes....

Acaso é pedra ou diamante?

O que quero eu?

Porque não encontro as respostas?....

A tempestade se acelera....
minha insanidade aumenta....
ondas desesperadoras me arremessam nesta tormenta!

Sedução mascarada em charadas cruéis....
verdade crua e sangrenta espalhada no chão...

Nem assim consigo ler...
não posso prever...
impossível controlar...
se serei devorada ou ainda voltarei a jogar...

A esfingie abre suas portas ...
me traga fortemente...
não posso decifrar...
me consome, me mata lentamente....

Dilacera meu querer, minha mente e meu ser....

Por quanto tempo ainda serei sua presa?

Até que vítima seja de alguma certeza....

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